quinta-feira, 2 de junho de 2011

Ameniza e não muda

Ameniza e não muda - Artigo Jornal O Globo, sábado, 21/05/2011.



Sáb, 21 de Maio de 2011 09:43 .O Brasil é um país de alta criatividade em políticas sociais, com saídas para amenizar, não para mudar a realidade. A criatividade começou na escravidão, ao invés de aboli-la recorremos à Lei do Ventre Livre. Os escravos sexagenários, os velhos, eram libertados, um eufemismo para abandonados. Até a Abolição da Escravatura aconteceu sem oferecer educação nem terra para os ex-escravos e seus filhos. A Abolição foi um eufemismo para a expulsão dos escravos das fazendas para as favelas.

Modernamente também temos sido campeões de imaginação para soluções parciais.

Como o salário não era suficiente para pagar o transporte do trabalhador até o local de trabalho, ao invés de aumento salarial, criamos o vale-transporte, como se fosse um grande benefício social, quando, na verdade, foi um serviço à economia: garantir a presença do trabalhador na fábrica. A regra é a mesma para o vale-refeição. O salário não era suficiente para assegurar a alimentação mínima de um trabalhador, então a solução foi garantir a alimentação do trabalhador, mesmo que suas famílias continuassem sem comida.

Quando a inflação ficou endêmica, ao invés de combatê-la (só enfrentada em 1994), criou-se a correção monetária, que garantia moeda estável para quem tivesse acesso às artimanhas do mercado financeiro, enquanto o povo continuava com seus salários cada vez mais desvalorizados.

Hoje, quando o país vive um apagão de mão de obra qualificada, corremos para fazer escolas técnicas, esquecendo que sem o ensino fundamental os alunos não terão condições de aproveitar os cursos profissionalizantes.

A Bolsa Escola foi criada para revolucionar a escola. Como isso não foi feito, ela se transformou na Bolsa Família, sendo mais uma das soluções compensatórias agregada ao vale-alimentação e vale-gás.

As universidades boas e gratuitas são reservadas para os que podem pagar escolas privadas no ensino básico. No lugar de fazer boas escolas para todos, criamos o PROUNI e cotas para negros e índios. O Brasil melhora com essas medidas, mas não enfrenta o problema e acomoda a população, como se agora todos já fossem iguais. Promovem-se benefícios com soluções provisórias, como se elas resolvessem o problema.

A solução adiada seria uma revolução que assegurasse escola de qualidade para todas as crianças, em um programa que se espalharia pelo país, onde todas as escolas fossem federais, como o Colégio Pedro II, as escolas técnicas militares, os colégios de aplicação das universidades.

Quando a desigualdade social força a separação entre pobres e ricos que se estranham, ao invés de superar a desigualdade constroem-se muros em shoppings e condomínios, separando as classes sociais. Para impedir a convivência de classes, impedimos estações de metrô? em bairros ricos, o que mostra um total desinteresse desses habitantes pelo transporte público.

Falta professor de Física, retira-se Física do currículo escolar. Os alunos não aprendem, adotamos a progressão automática. O Congresso não funciona, o STF passa a legislar. A população fala Português errado, em vez de ensinar o correto a todos legitimamos a fala errada para a parte da população sem acesso à educação. Adotamos dois idiomas: o Português dos ricos educados e o Português dos pobres sem educação; o Português dos condomínios e o Português das ruas. Ao invés de combater o preconceito e a desigualdade, legalizamos a desigualdade.

Ao invés de fazer as mudanças da estrutura para construir um sistema social eficiente, equilibrado, integrado e justo optamos por simples lubrificantes das engrenagens desencontradas da sociedade. Nossas soluções podem até ser criativas, mas são burras e injustas. É a sociedade acomodando suas deficiências. Ao invés de enfrentar e resolver os problemas, nossa criatividade ajusta a sociedade a conviver com eles. E adia e agrava os problemas porque ilude a mente e acomoda a política.


* Cristovam Buarque é professor da Universidade de Brasília e senador pelo PDT/DF

segunda-feira, 30 de maio de 2011

domingo, 22 de maio de 2011

Depoimento da Professora Amanda Gurgel

Depoimento da Professora Amanda Gurgel

Prezados, aqui vocês terão acesso ao depoimento da Professora Amanda Gurgel, o qual silencia Deputados em audiência pública. Depoimento Resumindo o quadro da Educação no Brasil. Educadora fala sobre condições precárias de trabalho no RN/BRASIL.(10/05/2011)


Boa reflexão!

Professora Amanda Gurgel

Prezados, aqui vocês terão acesso ao depoimento da Professora Amanda Gurgel, o qual silencia Deputados em audiência pública. Depoimento Resumindo o quadro da Educação no Brasil. Educadora fala sobre condições precárias de trabalho no RN/BRASIL.(10/05/2011)

http://www.youtube.com/watch?v=yFkt0O7lceA

quarta-feira, 4 de maio de 2011

II CONGRESSO NACIONAL DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL

II Congresso Nacional de Educação Ambiental

IV Encontro Nordestino de Biogeografia

UFPB - João Pessoa, outubro 2011


Os Caminhos para a Conservação da Biodiversidade

João Pessoa terá o privilégio de sediar, simultaneamente, no período de 12 a 15 de outubro de 2011, dois importantes eventos acadêmico-científicos: O II CNEA - Congresso Nacional de Educação Ambiental e o IV ENBio - Encontro Nordestino de Biogeografia. Os eventos são realizados pela UFPB – Universidade Federal da Paraíba e pautados no tema “Caminhos para a Conservação da Sociobiodiversidade”, subdividido em 24 eixos temáticos, reunindo em temas específicos os trabalhos enviados pelos congressistas para apresentação e publicação.

A Assembléia Geral das Nações Unidades elegeu 2011 como o Ano Internacional das Florestas, enfocando a conservação e o manejo das florestas e a conscientização do papel decisivo que as matas desempenham no desenvolvimento global sustentável. Conservar florestas é um dos objetivos da Biogeografia, de modo a preservar não somente a vida das árvores, e sim manter viva toda a biodiversidade do Planeta, e com ela as sociedades humanas. A Educação Ambiental é um processo que engloba um esforço planificado, envolvendo os diversos setores da sociedade, especialmente a família, as políticas públicas e todos os níveis de ensino, cumprindo papel fundamental para a conservação da sociobiodiversidade e do ambiente em que vivemos.

No II CNEA e IV ENBio são esperados 1800 participantes e as atividades programadas incluem conferências, palestras, lançamentos de livros, oficinas e espaços de diálogos para discussão das proposições apresentadas pelos congressistas. Os 70 cientistas, pesquisadores e educadores palestrantes confirmados são referências nacionais e internacionais em Educação Ambiental, Biogeografia e diversas outras áreas que integram o binômio Sociedade & Natureza.

Informações e Inscrições no site http://www.cnea.com.br/

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Paralização da Rede Estadual de Educação Alagoas

Professores da rede estadual param hoje por reajuste maior


07:44 - 18/04/2011

Da Redação Inconformados com o reajuste de 5,91% anunciado pelo governo do Estado, os trabalhadores da Educação iniciam nesta segunda (18) paralisação de 72 horas 8). O movimento terá início às 9h, com mobilização em frente ao prédio da Secretaria de Estado da Educação (SEE), de onde seguem em marcha até a Secretaria de Estado da Gestão Pública (Segesp).

A direção do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Alagoas (Sinteal) informou que além do reajuste salarial para reposição de perdas acumuladas, os trabalhadores outros 19 pontos de reivindicação. De acordo com a presidente do Sinteal, Célia Capistrano, a pauta refere-se à mudança de faixa dos professores que se capacitaram e fizeram curso superior, agilidade na concessão de aposentadorias e melhorias na estrutura física nas escolas, já que em grande parte faltaria de carteiras a diários escolares.

“O reajuste salarial não é satisfatório, mas temos uma longa pauta de reivindicações para discutir com o governo do Estado. Temos direito de reivindicar melhores condições de trabalho, melhor remuneração e vamos lutar para obter esses direitos, que são garantidos por lei”, frisou Célia Capistrano.

Diálogo

Na última sexta-feira (8), em entrevista ao Tudo na Hora, o governador Teotonio Vilela Filho (PSDB) disse que o anúncio de reajuste para os servidores públicos "não fecha a porta de negociação". No entanto, afirmou que o reajuste de 5,91% foi concedido dentro do patamar possível para o Estado, que não tem como arcar com as reivindicações específicas das diversas categorias de servidores estaduais, em função do limite de gastos determinado pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). “Eu, assim como qualquer outro gestor deste país, gostaria de aumentar os salários dos servidores para deixá-los satisfeitos. Mas, infelizmente, nem sempre isso é possível, como é o caso de Alagoas atualmente. Mesmo assim, estou disposto a dialogar e negociar, como sempre estive”, assegurou.
No final de semana, o Sinteal divulgou nota nos veículos de comunicação, convocando para a mobilização e informando que o clima entre os integrantes da categoria é de revolta, com o que chama de “reajuste de fome” concedido pelo governo do Estado. “Não há como se conformar com a implantação de uma política salarial que despreza o passado de perdas acumuladas”, afirma a presidente do sindicato, Célia Capistrano.