sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Memorial

MEMORIAL DESCRITIVO


Mesmo que não percebamos, nossa práxis, como educadores, é para a libertação dos seres humanos, sua humanização, ou para a domesticação, sua dominação.

Paulo Freire

INTRODUÇÃO

O meu primeiro contato com a Educação Profissional foi com o Curso Técnico em Agropecuária, em 1993, quando o iniciei e concluindo em 1995. Nesse período participei de concurso público para o cargo de auxiliar em agropecuária, fui aprovado e tomei posse em janeiro de 1997. Nesse contexto participo interagindo e auxiliando nas aulas práticas de diversas disciplinas do curso técnico. Conclui a Graduação em Letras em 2005, em 2006 fui aprovado em concurso público para o cargo de Professor de Ensino Fundamental e Médio de Língua Portuguesa. No ano de 2007 a Escola que leciono iniciou com a (EJA) Educação de Jovens e Adultos do Ensino Médio e desde então trabalho com essa modalidade.

TRAJETÓRIA PROFISSIONAL

Minha trajetória profissional tem marca presente tanto na Educação Profissional quanto na Educação de Jovens e Adultos, pois há 11 anos trabalho na Escola Agrotécnica Federal de Satuba e 3 anos com a Educação de Jovens e Adultos na Escola Estadual Profª Benedita de Castro Lima. A Educação está em constante processo de mudanças, percebe-se que há uma retomada para a qualificação profissional dos jovens e adultos de nosso país. Uma das grandes dificuldades para dar continuidade aos estudos são as cargas horárias de trabalhos que os alunos têm e não conseguem acompanhar o processo ensino aprendizagem. Com a EJA, há possibilidades de maior interação com o aluno, no sentido de refletir sobre a prática pedagógica com a sua vivência de mundo.

A formação precisa ser continuada, pois “o dia-a-dia na escola é um locus de formação. Nesse cotidiano ele aprende, desaprende, reestrutura o aprendido, faz descobertas e, portanto, é nesse locus que muitas vezes ele vai aprimorando sua formação”. (CANDAU, p. 144). Quando se trabalha com objetivos práticos do seu cotidiano fica mais fácil a compreensão, um dos desafios superados foi a contextualização de conteúdos por meio de temáticas trabalhadas em sala de aula, como por exemplo: “O curta metragem ‘A velha a fiar’ em relatos de construção de sentidos na produção textual de alunos da Educação de Jovens e Adultos, Ensino Médio”; “Globalização ou mudança de nacionalidade” ambos trabalhos divulgados no banco de relatos do programa da Petrobrás “Curta na Escola” www.curtanaescola.org.br Outro trabalho realizado foi “A experiência como interlocução para a Disseminação da Educação Fiscal na Educação de Jovens e Adultos do Ensino Médio”. Assim, podemos construir argumentos para o rompimento dos muros da escola para o mundo real. Mas é importante perceber que “o processo de formação do professor como profissional reflexivo passa pelo processo permanente de conhecimento na ação, de reflexão na ação e de reflexão sobre a ação” (SCHÖN, 1995). Nesse pensamento, procuro criar nas aulas minha própria ação a partir da reflexão do que é trabalhado.

Dentre as alternativas de formação observa-se que não há um modelo pronto e sim uma construção dessa formação. Para COSTA,

Não existe uma homogeneização de propostas em torno da formação continuada. As políticas de capacitação dos professores geralmente são vistas como forma de melhorar o trabalho. No entanto, procuramos analisar as diferentes terminologias utilizadas quando se trata de formação continuada. Sentimos a necessidade de analisar termos que ainda estão muito presentes no cotidiano dos professores, como reciclagem, treinamento, aperfeiçoamento e capacitação. (S/D)

A formação profissional é necessária para ampliar as concepções de educação, homem e sociedade. Partindo de conceitos próximos da realidade dos alunos, conseguiremos alcançar um diálogo construtivo em sala de aula. Ao participar do II Seminário de Educação Profissional Integrado à Educação Básica, em Maceió-AL, 27 de maio de 2008, percebi a necessidade de estudar a trajetória da educação para jovens e adultos, também pela seriedade que essa temática é conduzida no Estado de Alagoas pelas Professoras Marinaide e Tânia Moura do Centro de Educação da Universidade Federal de Alagoas. Outro aspecto que levo em consideração é participar de atividades do curso profissionalizante na Escola Agrotécnica e Professor de Língua Portuguesa na Modalidade Jovens e Adultos na Escola Estadual Profª Benedita de Castro Lima, onde em 2009 teremos um curso profissionalizante integrado à educação de jovens e adultos, fazendo parte do Projeto Federal Brasil Profissionalizado.

A educação precisa ser privilegiada pelas políticas públicas, pois Vasconcellos (1995, p.19) confirma que a “formação deficitária; dificuldade em articular teoria e prática: a teoria de que dispõe, de modo geral, é abstrata, desvinculada da prática e, por sua vez a abordagem que faz da prática é superficial, imediatista não crítica”.

Sendo a formação continuada uma alternativa para preparação do educador. É importante perceber que “um professor destituído de pesquisa, incapaz de elaboração própria é figura ultrapassada, uma espécie de sobra que reproduz sobras. Uma instituição universitária que não sinaliza, desenha e provoca o futuro encalhou no passado (DEMO, 1994:27).



CONSIDERAÇÕES

O compromisso é fundamental na vida de todo profissional que procura aprender e socializar conhecimentos. É pensando na melhoria da qualidade de ensino que procuro aperfeiçoar-me, essa é uma oportunidade que buscava desde o início dos trabalhos com a Educação de Jovens e Adultos.



REFERÊNCIAS

CANDAU, Vera Maria Ferrão. Formação Continuada de Professores: Tendências Atuais. In: REALI, Aline Maria de Medeiros Rodrigues & MIZUKAMI, Maria da Graça Nicoletti (org.) Formação de Professores: Tendências Atuais. Editora Universidade Federal de São Carlos – Rio de Janeiro. 1995.

COSTA, Maria Silvia. A formação continuada de professores (as): concepções e “modelos”. S.d.

DEMO, Educação e Qualidade. Campinas, SP: Papirus, 1994.

SCHÖN, Donald A. Formar professores como profissionais reflexivos. In: COSTA, Maria Silvia. A formação continuada de professores (as): concepções e “modelos”. S.d.

VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Para onde vai o Professor? Resgate do Professor como Sujeito de Transformação. São Paulo: Libertad, 1995. (Coleção Subsídios Pedagógicos do Libertad; v. l).

Nenhum comentário:

Postar um comentário